Trabalhadores e patrões insatisfeitos. O que acontece com os RHs ?


 

Trabalhadores e patrões insatisfeitos. O que acontece com os RHs ?

>>>  Estamos vivendo uma crise de mão de obra? Sobram empregos, faltam pessoas adequadas para ocupá-las. E há desemprego... Paradoxo? Está ocorrendo uma transformação no ideal da jovem classe trabalhadora. Muitos querem trabalho livre, empreender como autônomo, carreira solo e não aceitam qualquer oferta, exigência de horários críticos de trabalho. Há consequências...


                                                                                 -   Celso Luís Gagliardo –

Para onde caminhamos em termos de lotação dos quadros de trabalhadores das empresas em geral? De cada 10 empreendedores que falamos, 6 ou 7 reclamam sobre problemas que enfrentam na contratação e gestão de pessoas.

Setores especializados não reclamam sobre gestão, mas da dificuldade de contratação, de encontrar mão de obra especializada conforme suas necessidades. Assim, precisam treinar, formar, são “escolinhas”. E como normalmente pagam mais, são menos afetados.

Um empreendedor de serviço automotivo me falou que precisa pagar mais para reter bons mecânicos, e que está cansado de testar pessoas que não entregam o esperado, não cumprem a palavra e nem o contrato, e faltam a qualquer pretexto.

Outros afirmam que somente não ampliam seus negócios ou abrem novas unidades porque têm dificuldade de encontrar gente que trabalhe a contento, que lhes dê mínima tranquilidade.

Sabemos que os setores de serviços e comércio são, hoje, os maiores empregadores. Assim, temos um grave problema em relação ao item Recursos Humanos. E quais são as perspectivas? O que esperar? Antigamente os jovens eram criados à luz de educação caseira mais presente, os pais normalmente condicionavam os filhos a serem obedientes, cordatos, sempre educados com os professores e com os patrões, empregadores. Este autor é testemunha disso.

Se essa subserviência é bom ou ruim, não sei. Mas temos outra realidade hoje, os jovens são também seletivos e não aceitam qualquer oportunidade de trabalho. Analisam tudo, até mesmo aqueles que entram para aprender. E normalmente aprendem, apesar das falhas do processo educacional. Quando o jovem está interessado ele vai fundo, e assimila de forma rápida.

A questão da remuneração é o fator determinante. Hoje, as famílias se compõem para formar a receita doméstica, inclusive com as mulheres trabalhando. Assim, um ou outro pode ficar “no mercado”, procurando uma boa oportunidade, às vezes até mesmo recebendo favores de proteção social, como seguro desemprego ou as tais bolsas-auxílio. O trabalho eventual, os “bicos” também aumentaram.

A maioria das empresas de setores que mais contratam pagam os pisos das categorias, salários nada atraentes como poder de consumo. Há grande número de vagas para salários da ordem de R$ 1.600,00, R$ 2.000,00, R$ 3.000,00. Se fôssemos compor um salário de necessidades mínimas há necessidade de valor bem maior para o cidadão arcar com aluguel, alimentação, higiene, roupa, saúde, transporte, educação. Para o patrão fica caro pagar a folha mais encargos, e para os empregados são salários de baixo poder aquisitivo, muitas vezes absorvidos apenas em moradia e supermercados. Enfim, desanimador.

Vamos continuar dependendo de gente para trabalhar. Apesar da tecnologia, felizmente ainda temos postos de trabalho para agasalhar gente qualificada. E assim, vemos que a tendência é de aumento nos custos de mão de obra, e assim os produtos básicos e serviços também serão majorados. Como já aconteceu com o trabalhador doméstico, que chega a cobrar R$ 200,00 ou mais por uma diária.

Sofrerão demais, poderão até sucumbir, aqueles que não conseguirem pagar de forma a atrair e manter no quadro trabalhadores que entregam suficientemente, que não faltam ao trabalho por qualquer motivo.

Os empregadores terão que analisar seus processos e métodos e agregar valor. Ganhar em produtividade para poder pagar melhor e exigir, também, conseguindo manter no quadro pessoas que possam lhe dar suporte mínimo para a continuidade de seu negócio. E os profissionais de RH terão que ser proativos com práticas de recompensa imediata conforme os resultados entregues. A clientela interna assim exige. Ponto!

 

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