Goleiro, entre a glória e a desgraça
Goleiro, entre a glória e a desgraça
>>> Goleiro, herói ou vilão quase num mesmo instante. Aquele que onde pisa não nasce grama. Lembrando nomes de bons goleiros que tivemos no futebol de Santa Bárbara d´Oeste
Leia, critique, comente comigo.
- Celso Luís Gagliardo –
O calendário de efemérides ajuda-nos a lembrar de profissões e datas importantes para um ou outro setor. O dia 26 de abril marcou o Dia do Goleiro. Alguns se lembraram e refletiram sobre a posição.
A profissão
de goleiro é das mais debatidas. O goleiro, para começar, é “do contra”, isto
é, fica parado debaixo da trave exatamente para evitar o gol, que é o momento
maior, o ápice do esporte popular. Atua para dificultar a vida dos atacantes,
suas defesas descontroem jogadas belas e incansavelmente treinadas.
O goleiro,
muitas vezes, com sua coragem e habilidade, deixa toda uma torcida com o grito
de gol entalado na garganta. Belchior foi feliz na composição musical que narra
o desencanto do goleiro ao tomar um gol. “Estava mais angustiado que goleiro na
hora do gol”... Já o jornalista Araujo Junior falou décadas atrás que
“desgraçado é o goleiro, até onde pisa não nasce grama”.
Quando
menino, vi ou tive referências de alguns bons goleiros que jogaram em Santa
Bárbara d´Oeste, no União, Causb, Internacional e Palmeiras da Usina Furlan.
Vou ser injusto com alguns, mas recordo do Gilberto Muniz, Tito, Wilson Mancha
Negra, Milton Bicicleta, Dênis Moço, Casteletti, Costa Pinto, Tebo, João
Furlan, Zé Maria (Zezé), Guardini, Laodir, Darci Furlan, Gilberto Colla, verdadeiros
ídolos da desconstrução, do anti-gol, do fim da jogada sem o seu esplendor. Gol
é esplendor.
A propósito,
existe em Americana uma inusitada Escola de Goleiros, a Camisa 1, onde já se
passaram milhares de alunos atletas, num projeto social que visa acima de tudo
formar cidadãos do bem.
Nosso País
viveu um período de dificuldades para conseguir bons goleiros. Entretando, de
uns tempos para cá a safra é excelente, há treinos especiais e treinadores
específicos.
Rogério
Ceni, ídolo do São Paulo, mostrou por sua dedicação nos treinamentos que
goleiro faz sucesso não apenas com as mãos, nas defesas. Fez 131 gols de falta
e de pênalti, um verdadeiro artilheiro. A propósito, com os novos esquemas
táticos, um bom goleiro tem que ter habilidade com a bola nos pés, para a saída
eficiente e para jogar fora da grande área, dado que os clubes adotam postura
de atacar e defender em bloco, gerando espaços que são cobertos pelos goleiros.
O arqueiro
joga numa posição decisiva. Se defende espetacularmente é glorificado. Se falha
num lance defensável sai ridicularizado, com o peso de ter contribuído para a
derrota de seu clube. O grandalhão Cássio, hoje no Cruzeiro, protagonizou
alguns desses momentos, e recentemente chorou copiosamente após fazer uma boa
partida, pois estava sendo hostilizado pela sua torcida por ter falhando anteriormente.
Um grande
salve para goleiros e ex-goleiros de todas as categorias. Profissionais,
amadores, varzeanos, juvenis, veteranos. Aqueles considerados paredões, e
também os chamados “frangueiros”.
Nossa
homenagem, enfim, aos defensores de última instância, mesmo àqueles que, não
tendo habilidade com a bola nos pés, pediram um dia para jogar no gol. E nele
ajudaram a completar o seu time.
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