Vai um Espetinho aí ...

 



Vai  um  espetinho  aí...

                                                                                              Celso Gagliardo  -

O prezado leitor amigo, que circula pela cidade e capta bem o que vai à volta, já notou uma nova figura fazendo parte do cenário urbano, ramo alimentar.

Instalados de preferência em pontos movimentados, com estrutura simples, às vezes debaixo de uma árvore, o homem ou a mulher do Espetinho é o novo fornecedor de alimentos rápidos, da boquinha básica para matar a fome com proteínas e pouca grana no bolso, porque o mar não está para peixe.

Aliás, fico pensando com meus botões já meio desgastados se essa figura avulsa e profissional não se ampliou exatamente pela situação difícil, a crise flex: econômica, política e moral.

Mas o tema hoje é o homem do Espetinho. Normalmente ele se acerca de alguns cuidados para oferecer e manter o ambiente limpo, alguns deles chegam a ostentar máscara talvez seguindo orientação ainda dos tempos de Covid, e vigilância sanitária. Isso chama a atenção, cena incomum e – de novo, fico matutando – será que atingimos esse grau de conscientização sobre necessidades de higiene na manipulação de alimentos? Chic!

Meu amigo Henrique, pintor de paredes muito esforçado, contou dia desses que está fazendo “bico” com seu parente num bairro da cidade, preparando os espetinhos à base de cordão de filé mignon, muito apreciados. Em plena forma pela idade favorável, ele pinta casas durante o dia, e às cinco da tarde já está no trabalho extra e assim fortalece seu orçamento doméstico. E faz amigos, como ele mesmo disse.

Um simples ponto de Espetinho é uma atração pontual, e depende das condições do tempo, lógico. Se chover, gorou... O cheiro de carvão queimado produzindo calor para assar a carne nos remete ao churrasco que é uma das grandes alegrias do brasileiro. Aquele papel aluminizado protegendo a carne que vai sendo assada, e escondida, aguça os paladares, movimenta as papilas gustativas.

O odor característico atiça a fome e passa a sensação fugidia de bons momentos, confraternização, jogar conversa fora e recarregar baterias para um novo dia e desafios. Há quem aproveite para levar ou pedir o complemento, ou seja, uma bebida de preferência. Daí o ambiente chega a empolgar e o papo rola mais solto.

Sim, um mini churrasco... Alguns não consomem ali. Levam para casa, provavelmente para compor a refeição, como o prato principal, o prato proteico.

A cada tempo, um novo jeito de fazer as mesmas coisas para sustentar a vida de sempre. O ser humano é mesmo incrível, inventivo, adaptativo. A alimentação também está pronta e nos cantinhos da cidade, quase na rua, às vezes num Caminhão, numa Saveiro ou na velha Kombi.

São instalações que vêm e que se vão. Como as ondas...

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