Americana, a "filha" de Santa Bárbara que cresceu forte
AMERICANA, 150 !
A filha de Santa Bárbara que cresceu forte
- Celso Gagliardo -
Nasci em Santa Bárbara, convivi ali com intensidade comunitária ao longo de 29 anos, e no período pós matrimônio fui alçado à vida americanense. Uma cidade média bem definida, com vocação para o trabalho e empreendedorismo, onde pulsa progresso puxado pelo segmento têxtil, inicialmente, favorecida pela linha tronco ferroviária e por outro vetor de crescimento, a Via Anhanguera.
Sempre trabalhei fora, viajando. E costumeiramente ouvia elogios das pessoas quando me referia a morar em Americana. Uma cidade destacada pelo seu traçado urbano, pela infraestrutura privilegiada, e com atrações várias como a represa de Salto Grande, Parque Ecológico, Jardim Botânico e a Basílica Santo Antonio de Pádua, de extraordinária beleza.
Cresci ouvindo barbarenses comentando a diferença entre as duas cidades e com certo ciúmes de Americana. Hoje, felizmente, Santa Bárbara também se desenvolveu e se modernizou. Aliás, agora ouço, aqui, americanenses elogiando a vizinha cidade que ganhou novos contornos em seu território bem maior que o de Americana. Duas cidades irmãs e conurbadas, com ruas e avenidas dividindo os dois municípios, como se vê na foto de William Gregio, ao registrar a avenida Iacanga.
Americana é "filha" de Santa Bárbara? Liguei para ouvir o pesquisador Antonio Carlos Angolini e ele falou com satisfação sobre aspectos da história de Americana, fundada a 27 de agosto de 1875, quando o Conde D´Eu veio inaugurar a Estação de Santa Bárbara que viria a ser a Vila dos Americanos, posteriormente a cidade de Americana. Ele mesmo se autoindaga: "será que naquele dia o Conde imaginava que, naquele ato, estaria dando a largada para a fundação de um município como Americana? Creio que não, concluiu".
Provocado pela colocação que vai no título, Angolini explicou que, de fato, Santa Bárbara foi a "mãe" de Americana, mas de direito, não. "Lá em 1822 Piracicaba se emancipava de Itu. E logo em seguida, a 18 de março de 1833, um vereador de Piracicaba, depois de muitas discussões na Câmara de Campinas, propôs uma linha imaginária dividindo Piracicaba de Campinas , demarcando a divisa que se estabelecia entre as sesmarias de D. Margarida da Graça Martins e a do capitão Joaquim José Teixeira Nogueira, partindo do córrego Quilombo. Em 1869, Santa Bárbara se emancipa e passa então a controlar todo o espaço até o Ribeirão do Quilombo, tomando conta. Mas com o passar do tempo os vilamericanenses perceberam que havia o acordo anterior, de 1833, na Câmara de Piracicaba, que definia a tal linha imaginária um pouco distante do Ribeirão Quilombo, fazendo com que aquilo que de fato parecia pertencer a Santa Bárbara, de direito estava incorporado a Campinas.
De fato ou de direito, cumprimentamos a todos os americanenses do passado e do presente pelos 150 anos de vida próspera. Nem o Conde poderia imaginar que, do entorno daquela insipiente Estação Ferroviária que ele veio inaugurar, pudesse surgir uma princesa bela, forte, imponente. Parabéns, Americana.











Comentários