Dia do Trabalho, vida e lembranças
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Quando completei 72 anos, 1º de Maio 2024, fiquei pensando na vida e escrevi
esta crônica. Não publicada. Agora vai pro Blog, armazenada no espaço reservado
à saudade.
Dia do
Trabalho, vida e lembranças
- Celso Gagliardo -
Tive o
privilégio de nascer no dia do Trabalho, parece que 5 e meia da tarde. Brinco
com amigos dizendo que já nasci cansado. Por ironia, minha zelosa mãe Luzia me
enfiou no trabalho em meio período aos 9 anos (obrigado Edgar Giacobbe pela
oportunidade). E dali saiu um gráfico que virou redator e depois profissional
de RH, Recursos Humanos.
Por força
das atividades vivi intensamente a minha Santa Bárbara d´Oeste querida. Tenho
muitas e boas lembranças, doces momentos. Amigos que não se afastam da memória
mesmo com o tempo decorrido. Cidade pequena, relacionamento humano mais intenso
por essa razão. Ali participei de muitas jornadas, na atividade privada e também
na vida pública. Ajudei nalguns processos importantes. Conquistas gloriosas que
ficaram para o bem da cidade.
Deixei a
cidade por força do casamento que dura 42 anos, e para buscar um sonho de me
tornar Gestor amplo na área que me desenvolvi e fiz carreira. Lutei muito para
isso, passando por várias organizações, algumas eu as demiti, duas me
demitiram. Enfrentei milhares de km de estrada para o trabalho, chuvas e
trovoadas. Até hoje são poucas empresas, relativamente, que possuem uma efetiva
estrutura de Recursos Humanos. Cursei Direito, aprovado na OAB, embora sem
atuação como advogado. Muitos cursos e especialização na área, alguns
patrocinados pelas minhas contratantes. Gratidão.
Ao longo da
jornada conheci muita gente. Formei times, implantei procedimentos de RHs,
apoiei muitos profissionais de todas as formas, admiti muita gente, e demiti
também enfrentando por isso algumas reações pesadas e até afastamento. Fui
ajudado por pessoas de boa vontade. Por muita gente, mesmo, o que apaga da
memória aqueles maus momentos que todos enfrentam, decepções próprias da
convivência humana que procuramos perdoar.
Ainda após
aposentado prestei serviços como consultor autônomo, em seleção de executivos e
técnicos, avaliação de cargos e treinamento de lideranças de primeiro nível. Ministrei
palestras, gratuitamente, a convite. E me tornei voluntário em serviço de apoio
emocional, experiência fantástica e que sempre recomendarei.
Hoje vivo mais
em torno da família que construímos, esposa de fibra e dois filhos maravilhosos
que procuro ajudar nos seus negócios inclusive, gozando minha aposentadoria,
curtindo a netinha linda, a Isabela. Tenho o privilégio de poder respirar o ar
puro de Águas de São Pedro, concomitante ao vigor de Americana, mantive o hábito de escrever, colaborador de O Liberal de Americana e da Tribuna de Piracicaba, daí este Blog despretencioso para agasalhar meus rabiscos. Nem tudo na
vida são flores. Até caí num carnaval na minha garagem, um tombo bobo (afinal,
existe algum tombo não bobo?), e fiquei 25 dias de muletas em casa, outro
grande aprendizado. Graças a Deus e à Dra. Fernanda e dr. Guilherme, fiquei
bem.
Tenho dito
que deveríamos ter dois corações. Um para as pancadas da vida, e outro para
bombear magnificamente o sangue para todos os órgãos, num sistema perfeito e
Divino. Talvez por isso ele andou batendo esquisito nalgum tempo, mas graças a
Deus, dr. Eliel, dr. Halim Cury, dra. Thaís, estou bem, compensando com
medicação a falha elétrica que o velho coração apresentou.
Completo
hoje 7 ponto 2... Um dia em que se lembra da dignidade do Trabalho, da
lamentável perda do ídolo Ayrton Senna, e do padrinho tio Toninho Dias
Rodrigues. Com saudades. Na data de nosso nascimento a gente mira ao longo do
horizonte, no espelho e retrovisor, avaliando tudo. Estou feliz pela
trajetória, por poder lembrar-se dos amigos das redes sociais e os físicos (sic),
por tantas mensagens recebidas aos quais agradeço profundamente. Gratidão a
todos que fizeram a fazem minha vida um pouco mais proveitosa e realizadora no
sentido amplo do termo, dando sentido existencial. E também aos tantos ouvidos
que me ajudaram nalguns momentos.
E chega de
prosa, como diria Gioia Junior.
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