Eu vim pelo desafio

 


Quando Neymar deixou a temporada futebolística de sucesso no Barcelona, trocando-o pelo PSG "para um novo desafio" fizemos esta crônica para O liberal.                                                                                  
Vim pelo desafio


                    - Celso Gagliardo -


Desafio: instigar, incitar, excitar, estimular, provocar.

A palavra desafio ganhou manchetes com a transação multimilionária envolvendo Neymar Jr., do Barcelona para o PSG, da França.


Mas por que o atleta quis deixar o consagrado clube Barcelona — integrado, aceito e vitorioso — num país onde os brasileiros se dão tão bem?

Na apresentação, Neymar veio com a palavra mágica: “desafio”. Em suas palavras: “Sou movido por desafios e, por isso, aceitei a transferência, acreditando no projeto do clube, etc.”


Ao contrário do que a maioria pensa, Neymar disse que não é movido pelo dinheiro (embora vá ganhar cerca de R$ 8 milhões por mês).


O “mocinho feio”, frágil, canelas finas, aprendeu cedo a tratar a bola com carinho. Esse pedaço de couro cheio de ar se dá bem sob seus pés, traduzindo-se em dribles estonteantes e gols. Surfando na onda do sucesso, é um diferente na sua arte.


O brasileiro deveria estar orgulhoso de possuir um atleta tão badalado — e agora, o mais valioso da história do futebol. Orgulho comparável ao que temos de Gisele Bündchen, que também ganhou o mundo em outro segmento, desfilando charme e beleza pelas passarelas.


Parece não ser bem o que sentimos, talvez até mesmo pelos acontecimentos da época de sua saída do Santos para o Barcelona — que culminou com afastamento do presidente do clube catalão, inquéritos e tribunais.


Lembrei-me das entrevistas de seleção de pessoal, em que perguntas desconfortáveis são respondidas com base no “desafio”.

Do tipo: “Por que você quer entrar na empresa tal?”;

“Por que mudou tanto de emprego nos últimos anos?”;

“Por que aceita salário menor que o último?”


E o candidato responde sob a ótica do desafio: gostar e se motivar por desafios. Uma boa resposta, já que falar mal de empregos anteriores nunca é recomendável, mesmo que se tenha muitos motivos para isso.             


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A taxinha furou o pneu do trem...

Zé Luiz, o Zelo, vida curta que fez história

Amigos fiéis, pontes e conexões