Pai, substantivo masculino

 



Pai, substantivo masculino

                            -  Celso Gagliardo -


O calendário gira silenciosamente e, de tempos em tempos, nos presenteia com datas comemorativas. Algumas nasceram do puro impulso comercial — vitrines enfeitadas, presentes, mimos variados. Mas, independentemente da intenção original, cada efeméride abre espaço para reflexões, reconciliações, reencontros… e também para orarmos pelos pais que já partiram, guardando-os no coração.

Pai… palavra curta, mas de peso imenso. É o homem em relação aos seus filhos — naturais ou adotivos — que se torna o pilar, o provedor, aquele que busca garantir o sustento e a segurança do lar. Muitos, ao se concentrarem nesse papel, acabam sacrificando outros aspectos, sendo cobrados por mais tempo, mais presença, mais escuta. Talvez, essa seja a crítica mais recorrente.

Hoje, com mulheres cada vez mais independentes, profissionalizadas e presentes na economia familiar, o papel do pai se renova: menos distante, mais participante, dividido não só nas contas, mas nas tarefas, nos cuidados, nos afetos.

Feliz é o filho que encontra no pai um espelho de honradez e caráter. E mais feliz ainda se esse pai consegue ser também amigo — um ouvido atento para todas as horas e uma voz firme para apoiar e também corrigir rumos. Sim, muitas vezes cabe ao pai ser forte, conter a emoção, racionalizar para orientar, mesmo com o amor pulsando no vínculo.

Minha homenagem ao pai que luta, se entrega, e que, mesmo com dificuldades, não desiste de sustentar e proteger os seus. Ao pai que não teve bom exemplo em casa, mas, com coragem, construiu o próprio caminho. Ao pai que ficou sozinho para criar os filhos e, na prática, tornou-se pai e mãe. Ao pai que se perdeu em algum momento, quase naufragou, mas achou forças para se reconstruir e reassumir o leme da vida.

Lembramos, também, dos quase-pais — homens maduros, generosos, que não tiveram filhos, mas espalham amor de pai pelos sobrinhos, afilhados, filhos de amigos, e pela comunidade. Homens que oferecem amizade, saberes e um ombro firme, tornando-se referência e abrigo para tantos que, embora não filhos de sangue, os tratam como tal.

Pai é construção. É atitude. É quem deixa o mundo um pouco melhor para as gerações que vêm. Não importa se gerou um filho ou não — ser pai é estar presente, contribuir nos bons e nos maus momentos, aconselhar, corrigir e abraçar com a força elástica do amor.

Há homens tão grandiosos que carregam muito mais filhos do que eles próprios imaginam…


- 09 ago 25 -



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