Sérgio Sárapo. O músico que passou e ficou entre nós
>>> Sérgio Sárapo foi um publicitário de sucesso, compositor e músico refinado da Bossa Nova e MPB, que morou durante 15 anos na
Usina Santa Bárbara, da Santa Bárbara d’Oeste de outrora. Fez muitos amigos,
que não se separaram do coração mesmo à distância, pois foi ganhar a vida em
São Paulo e depois, nos Estados Unidos, onde faleceu em Denver, aos 25 de
outubro de 2020, aos 79 anos. Deixou músicas que falam da cidade, dos amigos,
da praça, da Usina, como “Oh Santa Bárbara querida”. Foi homenageado
com o título de Cidadão Barbarense. Essa crônica saiu nos jornais da região
quando veio rever amigos em SBO e fez um show intimista, em julho de 2015, no
salão nobre da Secretaria de Educação. Deixou saudades e o escrito vai para o Blog,
em sua homenagem.
Sérgio Sárapo: Show para não esquecer
Celso Gagliardo
O salão
nobre da Secretaria de Educação de Sta. Bárbara não merecia aquelas poucas cadeiras
vazias na noite de sexta-feira, 24, mesmo com as finais dos Jogos Regionais. Um
“filho” da terra, que não nasceu ali, retornara para fazer mais que um show.
Foi um verdadeiro passeio por um tempo de encantamento.
Sérgio Augusto
Sárapo interpretou e tocou os grandes sucessos da Bossa Nova, com seu estilo de
fazer música intimista lembrando a Jobim. E mesclou a apresentação com
homenagens aos seus amigos de infância e juventude, composições sobre a cidade
e para reverenciar grandes amigos, entre eles o prof. José Renato Pedroso, o Zé
Renato, e o Zé Maria Araújo.
Acompanhado
por três experientes músicos e um compositor parceiro, projetando as letras num
telão, Sérgio foi muito efetivo quanto aos bons tempos do Bar do Bachin, o
cinema, a época de escola e a frustração nos namoricos, até as melecas nas
carteiras, os Bailes no Clube, a “turma da Farmácia”, e o recanto onde havia o
seu lar, a Usina (Sta. Bárbara).
A Usina
parece ter sido o ícone da geração anos 40 e 50 de Sta. Bárbara d´Oeste. Foi
nesse espaço que Sérgio Sárapo viveu intensamente, aprendeu, jogou, caminhou, andou
de bicicleta “até o Caiubi”, fez estripulias devidamente retratadas entre uma e
outra boa canção.
Nada afetado
pelo tempo decorrido e vivência em São Paulo e agora, nos Estados Unidos,
parecia muito à vontade no palco e na contação
das histórias, arrancando risos e aplausos, emoções e lágrimas.
Saudou com
carinho figuras da cidade ao seu tempo, do alfaiate João Duarte, ao Pastéis,
Natalino/Bill Louzada, Flávio Araújo, Natal Prando, Cláudio Pires, prof. Zinho
Saes, Sérgio Lima, Arthurzinho, Zinho Araújo, prof. Atílio Dextro, Florisa
Batagin, fotógrafo Strazdin, músicos Tom Leite e Mário Possato. Recordou, em
letra de música, do Berto Lira sempre presente nos sepultamentos. Não esqueceu de citar as “jardineiras” do irmãos
Salvador-Vadô e Isidoro de Oliveira que ziguezagueavam pela estrada do Santo
levando pessoas e emoções, no curto trecho entre Usina e Cidade.
O público
aplaudiu de pé. Emoções e bis. Via-se que o criativo músico e publicitário queria
agradecer pessoas especiais que influenciaram sua formação e homenagear a
cidade, abraçá-la simbólica e afetuosamente, deixando claro que sua carreira
foi influenciada pelos “starts” locais.
Ele conseguiu. Um show memorável de quem alia competência, sensibilidade e gratidão. Coisa de poeta. Os barbarenses é que agradeceram pelo intenso carinho do artista.
25 jul 15


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