O VAR ajuda o árbitro mas retira encantos do futebol
O VAR ajuda o árbitro, mas retira encantos do futebol
-- Celso Gagliardo --
A tecnologia vem ajudar o homem, em
todos os aspectos. Oferecer conforto, precisão, segurança, produtividade,
qualidade. Vai contra o bom-senso
contestá-la. As mais diversas profissões foram ou serão impactadas com a
chegada de robôs, Inteligência Artificial e outras parafernálias tecnológicas, muitas vezes substituindo
a ação humana. Portanto, a meninada de hoje precisa estar atenta e entrar no
jogo, ou seja, investir no aprendizado que possa ir ao encontro desses
mecanismos. IA, que vem chegando, pode assustar, pois substituirá também ações de raciocínio.
No futebol criaram um sistema de apoio
ao árbitro. Com câmaras gravando os
jogos e os lances polêmicos revistos sob vários ângulos e velocidades,
numa cruel comparação com a condição visual e reflexos do homem do apito, que
tem que decidir tudo em fração de segundos. É o tal VAR – sigla inglesa para assistente
de vídeo do árbitro.
Tudo muito lógico, dentro da
racionalidade. Mas o futebol tem seus encantos exatamente pela sua
falibilidade, se é que podemos assim dizer. O árbitro erra e gera discussões,
xingamentos, sua mãe é lembrada e por aí vai, no grande ‘ barato’ do jogo. E
estão impondo esse tal de VAR para corrigir decisão da arbitragem, ou sanar
dúvidas em grau de recurso, parando o espetáculo.
Nada mais sem graça que um jogo
parado para esse fim. Pior ainda locutores gritando gol “do VAR”, pois a decisão
veio com imagens quatro, cinco minutos depois. E, mesmo assim, há casos de
decisão final equivocada.
É uma nova experiência, que
muitos aprovam e que ajuda a coibir a malandragem dos jogadores que tentam
enganar o árbitro de forma contumaz. Mas, que ficou bem chatinho para a
dinâmica e a emoção dos jogos, ah...ficou.
A arbitragem vai cometer menos
erros com a ajuda externa, mas o futebol ficará mais frio e sem alma. A câmera
digital começa a ganhar do apito.
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