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Mostrando postagens de novembro, 2025

Santa Bárbara, 207. Quem te viu, quem te vê

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  Santa  Bárbara, 207. Quem te viu, quem te vê – Celso Luís Gagliardo – Estou fora dela há 43 anos, mas ela nunca saiu de mim. Santa Bárbara d’Oeste é um pequeno mimo que cultivo no peito desde menino — berço que me acolheu na rua Maria Tunussi Bética, perto do prédio “Dentão”, da 13, e onde a vida parecia caber inteira num mapa de passos curtos. Era tudo perto: a gente andava a pé ou de bicicleta, cruzando distâncias que hoje parecem impossíveis. Da Vila Aparecida à Igreja de Nossa Senhora Aparecida, onde o tio Agostinho e sua numerosa família abriam a porta e o sorriso. Da Usina Santa Bárbara, onde o pai Pedro trabalhou por um tempo e onde o tio Leontino morava. Dos campos da várzea, com União Aparecida, Marianinhos e tantos outros escrevendo pequenas epopeias dominicais. Da Vila Linópolis — já então um bairro de porte médio — com sua enorme depressão, o famoso “valo”, separando-a da região dos Borges. Muito circule i por ali, entre caminhos de terra e gramados mal cuidados ...

O desabafo de Bielsa e o espelho das empresas

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  O desabafo de Bielsa e o espelho das empresas – Celso Gagliardo – Marcelo Bielsa, técnico de futebol reverenciado mundo afora, provocou um tremor inesperado após a goleada sofrida pelo Uruguai diante dos Estados Unidos. Em coletiva, despido de qualquer armadura, confessou-se “tóxico”. Assumiu para si a culpa pela má fase da equipe. Falou de sua timidez, de uma obsessão que o engessa, de um modo quase robotizado de existir. E explicou que sua rigidez nasce do medo de perder — esse fantasma que pesa mais que o prazer de ganhar. O rasgo de sinceridade surpreendeu não só o futebol, mas também estudiosos do comportamento humano. A fala, muito mais que justificativa, soou como um pedido de socorro. Um alerta tardio, talvez — daqueles que, se não acolhidos, podem abreviar a jornada de um estrategista raro no esporte. Acostumado às curvas e descaminhos das relações de trabalho, especialmente do mundo que separa e conecta superiores e subordinados, fiquei me perguntando quanto do ...

Os Jornais em nossas vidas

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  Jornais em nossas vidas; nascem e morrem todo dia                    – Silvia H. Bastelli Gagliardo – No dia 7 de novembro, o jornal mais antigo do País, o Diário de Pernambuco, em Recife, completou duzentos anos de fundação. Um marco espetacular. Fui influenciada pelo meu pai a ler jornais desde a infância. Ele assinava, lia e nos repassava O Liberal, de Americana, e a Folha de S. Paulo, da capital. Além dele, havia no Ginásio Vocacional o professor de Estudos Sociais, Newton Cesar Balzan, que nos estimulava a leitura diária dos jornais, sempre expostos nos corredores da escola para alcançar o maior número possível de alunos. O hábito permanece até hoje. E muitas das minhas aulas de inglês eram atualizadas por meio de textos jornalísticos que eu traduzia para o inglês. Uma vez, um ex-aluno me disse que se tornou um feliz historiador graças à nossa insistência para que lessem jornais. Talvez esse estímulo tenha influenciado ...

"Fica, doutora Bárbara", é um alento

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  “Fica, doutora Bárbara" é um alento                                                - Celso Gagliardo – Os serviços de saúde formam a espinha dorsal das administrações públicas. Dias atrás ouvi o ex-prefeito José Maria de Araújo Jr., que por três mandatos dirigiu a vida pública barbarense, advertir que os municípios precisam de mais recursos. A distribuição do que se arrecada não é justa diante do volume de serviços que se exige justamente onde a vida acontece — na ponta, no bairro, no cotidiano do cidadão. Os prefeitos caminham sobre o fio da navalha: precisam cuidar da infraestrutura, habitação, segurança, cultura, lazer e até do entusiasmo das festas populares — com artistas e bandas caríssimos — enquanto os serviços de saúde, tantas vezes, estão aquém das necessidades. Surge então o coro das críticas. É difícil uma cidade dar conta de tudo com adequação; ...

Pensando sobre a Velhice e o tema do ENEM

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Pensando sobre a velhice e o tema do ENEM                                                                                          =  Celso Gagliardo  = Feliz o tema do ENEM no exame de redação  deste ano: “O envelhecimento na sociedade brasileira".  Nossos jovens precisam refletir sobre isso - e aprender a valorizar o tempo que passa. Segundo o Censo do IBGE de 2022  o Brasil tem mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, quase 16% da população, um aumento de 56% em relação a 2010. É uma realidade que já impacta a economia, a saúde e a vida cotidiana. Há menos pessoas em idade produtiva, mais pressão sobre a Previdência e maior demanda por cuidados, especialmente para doenças crônicas. As cidades precisam se adap...