Do sucesso da Liderança os bons resultados da Empresa
Do sucesso da Liderança os bons
resultados da Empresa
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Celso Gagliardo -
Em nossa rotina de orientar e treinar lideranças do chão de
fábrica deparamos com profissionais animados e esperançosos de crescimento em
carreira. Esses Líderes respondem, nas exposições dialogadas, que suas maiores
dificuldades ao liderar estão concentradas na gestão de pessoas. Alguns suam
frio com as situações impostas pelos subordinados.
Pessoas surpreendem para o bem e para o mal. São criativas,
bondosas, e também egoístas; Por vezes volúveis, divergem, contestam e as
gerações mais novas questionam muito, querem participar, opinar, buscam um real
sentido no trabalho e também qualidade de vida. Alta demanda para o Líder, que
fica entre cobranças e metas da Empresa e a efervescência da equipe.
Há líderes vocacionados que trafegam com maestria pelos
escaninhos dos relacionamentos humanos. São uma minoria. A maioria busca se
aprimorar nesse mister, estudando, acompanhando superiores que possam ser
referência, enfim, querem conhecer mais daquilo que os especialistas colocam
como o grande desafio da gestão moderna, ou seja, conviver bem, entender de
comportamento humano, ser bom negociador, articulador.
O autor Bruce Tulfan - “Não tenha medo de ser Chefe” – afirma
que cada profissional é diferente do outro, mas a maioria dos gestores adota
basicamente a mesma abordagem para gerenciar todos os membros do seu grupo,
chamando isso de “gerenciamento de tamanho único”.
Cada empregado se comporta de forma diferente a uma dada
situação. Uns reagem bem aos questionamentos, outros querem respostas prontas.
Uns precisam ser lembrados das coisas constantemente, outros só de vez em
quando, ou somente uma vez. E o Líder que gasta parte de seu tempo e energia
tratando de picuinhas humanas, de preferências individuais, “gostar mais de
fulano do que de beltrano”, de querer fazer isso e não fazer aquilo, acaba
chegando à gestão personalizada, única forma de lidar com a diversidade entre
subordinados.
Com efeito, a Liderança à moda antiga que foca somente a
tarefa e resultados relegando o subordinado a um simples recurso acaba sofrendo
na formação da equipe, união do time e consequentemente na obtenção de melhores
resultados. E normalmente fazem o que os autores chamam de subgerenciamento,
vão levando a coisa à base de orientações gerais, deixando o barco seguir com
seus ruídos, custos e desgastes.
Maslow e Herzberg teorizaram há tempo que o ser humano tem
uma escala gradual de motivação, partindo das necessidades básicas, higiênicas,
de subsistência mesmo, até a auto-realização e poder. Satisfeita uma
necessidade, passa-se ao outro nível e assim por diante. É necessário conhecer
bem as pessoas para saber em que estágio elas se encontram.
Blanchard e Hersey, por sua vez, nos legaram o modelo da
Liderança Situacional, muito interessante na abordagem da gestão. Eles partem
da premissa de que Liderança eficaz é uma função de três variáveis: Estilo do
Líder, maturidade do liderado e a situação em si. Nela é o Líder quem se ajusta
ao estágio de maturidade do subordinado, e não este ao estilo do Líder. E recomenda
que o Líder adote uma matriz de avaliação para conhecer a situação de cada um, e
assim melhor desenvolver cada membro de sua equipe, conforme os graus de
maturidade, cruzando o grau de conhecimento técnico, operação, e o grau de
disposição do trabalhador, ou seja, de sua motivação, relacionamento.
A gestão assim fica personalizada, o Líder acaba conhecendo
melhor as pessoas de seu time e as apoia diretamente para desenvolvimento de
responsabilidade e autoconfiança. Passa a ideia de que a Liderança é uma
parceria, algo que se constrói com as pessoas. E pode agir sobre cada uma delas
com o “remédio” na intensidade e dosagem certas.
Líder depende da ação das pessoas, aplicação de conhecimentos,
habilidades e atitudes de engajamento, comprometimento, enfim maturidade. Até
por egoísmo o Líder precisa formar, desenvolver e fixar equipes fortes, afinal
será avaliado pelo resultado do trabalho delas.
Da adequada ação e gestão das Lideranças, os bons resultados das
organizações!
>> Celso Luís
Gagliardo foi gestor de RH de grandes e médias empresas e consultor e treinador
de Lideranças. gagliardo.celsoluis@gmail.com
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